segunda-feira, 2 de setembro de 2013

ESTOU PLASMO - por André Carvalho

Por André Carvalho (*) 
em 29 de agosto de 2013




ESTOU PLASMO
“Estou plasma”, dizia com absoluta convicção e sem qualquer cerimônia uma colega de trabalho no liquidado Banco Econômico, lá pelos idos de 1990, antevendo, inconscientemente, o Brasil do século XXI reinaugurado após a chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder executivo federal.

O início do século tem dado o que falar por tudo aquilo que a turba petista palavreia nos palanques, ministérios e palácios, sempre com a mais absoluta convicção e sem cerimônia, assim como fazia minha colega de trabalho.

Creio que a história do Brasil, quiçá da humanidade, registrará as inusitadas “descobertas” em curso neste país, gigante e abestalhado pela própria natureza. Duas delas, inacreditáveis, reproduzo abaixo “ipsis litteris”Inácio, embaralhado entre os mestres Aristóteles, Ptolomeu, Copérnico e Galileu Galilei, asseverou, para uma plateia subserviente, que se a terra fosse quadrada não haveria poluição no Brasil pois estamos a 14.000 quilômetros de (sic) distança dos centros poluidores. Ainda segundo o neocientista Lula a poluição só existe porque a terra é redonda e fica girando.



Certamente o “cara de Obama” elaborou a teoria durante os dias em que esteve na estrada, montado num pau-de-arara, com destino ao sul maravilha. É crível que da Silva tenha desembarcado em Sampa, num daqueles dias de céu encoberto e oxigênio raro e, ainda cambaleando sob efeito das pingas, curvas, buracos e serras, entabulou a preciosidade com que agora nos presenteia. 

Sabemos a capacidade do Inácio da Silva em reinventar o mundo e manipular almas bisonhas, mas não esperávamos que seu “poste” predileto, Dona Dilma, seguisse caminho semelhante. A “presidenta” me deixou pasmo quando me fez descobrir que de pouco valeram os anos de estudo em bons colégios, pagos com certo sacrifício por meu pai, único mantenedor de uma prole de seis filhos.

É certo que nos anos de alfabetização e pré-primário, cursados no Colégio Anfrísia Santiago, em Salvador, nada me foi ensinado sobre a questão que agora me aflige. Todavia, no Colégio Marista de Brasília, durante os cursos primário e ginasial, a despeito da minha costumeira relapsidade, aprendi que o Brasil foi descoberto por um “gajo” de prenome Pedro e sobrenome Álvares Cabral que, no comando de uma frota composta por três caravelas -- Santa Maria, Pinta e outra que já esqueci o nome -- esbarrou, mais por acaso do que por objetivo, numa praia ao leste daquilo que se tornaria, pós-espanto dos nativos, desembarque dos famintos portugueses e missa rezada em língua estranha, na belezura que chamamos Brasil.

Vivi, anos a fio, patrioticamente ancorado nessa ideia, sem que vivalma, nem mesmo os mestres da gloriosa Universidade Federal da Bahia, desfizessem o engano geográfico e protocolar a que fui submetido por vis professores da história do Brasil. Somente agora, após dez anos de governo petista é que a sapiente “presidenta” pôs os pontos nos is, resolvendo o xis da questão, mesmo que provocando espasmos em alguns dos seus seguidores e contrações de horror na maioria da minoria esclarecida do país.

Explico: por uma dessas pedradas da sorte a “presidenta” foi ao Ceará e, no lançamento de um programa governamental qualquer, após cumprimentar, de cima do palanque, a mulher cearense e os companheiros homens -- ninguém entendeu o porquê da opção preferencial pelos companheiros homens  garantiu que o Brasil foi (sic) inaugurado no Nordeste pelo povo que lá foi e lá povoou. Atrapalhada, como se houvesse bebido mais do que o seu inventor costumava beber, Dilma não precisou o ano, a década ou século de tão importante acontecimento. Despirocada, olhou para um lado e depois para o outro e completou: o Nordeste e a seca são um problema. Jamais houve uma atitude correta em relação a essa situação ao longo dus…dus…dus anos sobre essa situação, que é a questão da existência dum fenômeno climático nessa região do país.

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Juntando o alho com o bugalho ou o falho com o bagulho posso dizer, sem a menor cerimônia e de boca cheia, que, fenomenologicamente, estou “plasmo” e, historicamente confuso, assim como estariam, se vivos fossem, Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem de Sá.

(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.